A empresária Mônica Moura afirmou em depoimento de delação premiada que a ex-presidente Dilma Rousseff ligou pessoalmente para o marqueteiro João Sananta para alertá-lo que havia mandados de prisão expedidos contra o casal. Em nota, Dilma Rousseff afirmou que afirmações das delações do casal são “mentirosas”.
O casal de publicitários foi preso no dia 23 de fevereiro do ano passado, após se entregarem à Polícia Federal (PF) no momento em que desembarcaram de um voo vindo da República Dominicana.
Eles foram alvos da 23ª fase da Lava Jato – batizada de Acarajé –, mas não foram presos no dia em que foi deflagrada a operação porque estavam fora do país. A operação foi deflagrada no dia 22.
No depoimento, Mônica Moura afirmou que recebeu uma mensagem da então presidente Dilma na conta de e-mail criada para que as duas conversassem sobre as investigações da Operação Lava Jato.
Na mensagem, segundo a delatora, Dilma dizia que precisava falar com ela ou com Santana em um telefone “seguro”. A empresária não soube precisar se a conversa ocorreu no dia 20 ou 21 de fevereiro.
“Ela [disse que] tinha um telefone seguro, no Alvorada, e nós tínhamos o telefone da [agência na República] Dominicana, o fixo da Dominicana, o João falou com ela nesse telefone”, afirmou, acrescentando que Dilma ligou e falou com o marqueteiro.
“Fomos avisados que tinha mandado de prisão, foi visto o mandado de prisão assinado em cima da mesa de alguém na Polícia Federal”, disse.
Ao ser questionada, ela disse ainda que a informação de que havia mandados de prisão contra eles teria sido repassada a Dilma pelo então ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Ela afirmou que, após o alerta de Dilma, os dois ficaram “desesperados” mas não fizeram nada e ficaram “esperando”. “Já no dia 22 estourou a operação. A gente já tava esperando”, explicou a delatora. Mônica Moura afirmou ainda que Dilma não deu nenhuma orientação ao casal, apenas “avisou” sobre os mandados.