Gabriel Sabóia (*)
da CBN
Ele é autor da partitura do primeiro samba registrado da história. Também orquestrou alguns dos maiores sucessos que o carnaval já conheceu. E, como se não bastasse, é tido como principal nome da história do chorinho, autor de clássicos regravados até hoje. Tantos feitos pertencem a um homem: Alfredo Vianna da Rocha Jr. Estamos falando do maestro Pixinguinha, que completaria 120 anos nesse domingo.
Mas a importância do músico, cuja obra resiste ao tempo e segue tocada por aí, vai além dos sucessos. O historiador especializado em cultura popular e comentarista da CBN, Luis Antônio Simas, ressalta Pixinguinha como um músico precursor que se profissionalizou em tempos de amadorismo e foi respeitado como um artista popular e negro há mais de um século.
‘Pixinguinha foi um músico que fugiu do esteriótipo de ‘músico intuitivo’. Ele tinha uma sólida formação teórica também. Mas soube unir o conhecimento das ruas, das macumbas do Rio de Janeiro, com o seu vasto estudo sobre a obra de Johann Sebastian Bach e os contrapontos Bachianos. Por essas e por outras, Pixinguinha acaba se tornando um elemento fundamental não só do choro, mas da Música Popular Brasileira como um todo’, opina.
Um flautista irretocável, Pixinguinha iniciou a sua carreira aos 15 anos, tocando nos cabarés da Lapa, zona boêmia do Rio, por influência do pai. Mas foi ao lado de alguns malandros, perseguidos pela polícia por tocar samba, que ele mudou a história da música brasileira. Ao lado de Donga, compôs a melodia de Pelo Telefone, o primeiro samba registrado. Em parceria com a amiga Chiquinha Gonzaga, adicionou marcações africanas e melodias ricas às primeiras marchinhas do carnaval. E, depois de se encantar com o jazz americano, fundiu os estilos, dando uma cadência única ao chorinho tocado até então, e compôs músicas inesquecíveis. A presidente da Casa do Choro, Luciana Rabello, diz que é impossível associar Pixinguinha a um único estilo.
Por Gabriel Sabóia, Rádio CBN. Clique AQUI e leia matéria completa.