Ex-executivos da Odebrecht apresentaram contratos fictícios, comprovantes de transferências, extratos bancários, registros telefônicos e outros documentos para corroborar parte das acusações feitas nos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada com a Lava Jato. Os papéis serão usados pelo Ministério Público Federal na tentativa de provar os crimes narrados pelos colaboradores nos depoimentos.
Reportagem deste domingo (16) do jornal Folha de São Paulo informa que políticos envolvidos têm se apegado ao discurso de que a palavra dos delatores não é suficiente para provar as acusações – e que são necessários outros elementos que reforcem o que foi dito. Parte dos papéis entregues tem indicativos mais concretos: extratos bancários, comprovantes de transferência ou até contratos fictícios.
Um deles, de R$ 9,6 milhões, foi assinado entre a Odebrecht e Duda Mendonça. Segundo os delatores, nenhum serviço foi prestado à empreiteira: parte desses recursos foi usada para camuflar o pagamento de uma dívida da campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo em 2014. A defesa de Duda diz que o marqueteiro não vai se pronunciar. Skaf, em nota, afirma que nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir contribuições ”que não as regularmente declaradas”.
Expediente semelhante, dizem os delatores, foi usado para pagar serviços do publicitário Paulo Vasconcelos na campanha de Aécio Neves à Presidência, em 2014. Contratos e notas fiscais foram entregues ao Ministério Público. Aécio e Vasconcelos negam irregularidades. Também foram documentadas transferências de contas da companhia no exterior para uma offshore atribuída ao publicitário João Santana, que fez campanhas para o PT entre 2006 e 2014, e recebeu do grupo também por eleições de outros países.
Fonte: Folha de São Paulo/Paulo Gama e Bruno Boghossian. Clique AQUI e leia mais