CLÁUDIO HUMBERTO
Os 61 senadores que aprovaram o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (31), foram eleitos por um total de 83,1 milhões de votos, em todos os estados e no Distrito Federal. Em 2010, foram eleitos dois senadores em cada unidade da federação e um senador em 2014. A representatividade popular dos 61 senadores supera em mais de 29 milhões a votação que reelegeu Dilma em 2014.
CÁLCULO
A soma de votos representa todos os votos individuais recebidos por senadores que se encontram no exercício do cargo.
É MUITO MAIS
Os votos de alguns senadores não foram considerados: caso de José Serra, eleito com 11 milhões de votos, mas agora licenciado do cargo.
CABIA MAIS
Somente a votação dos senadores paulistas e mineiros pró- impeachment representa impressionantes 48 milhões de eleitores.
PRECEDENTE ABSURDO
O precedente criado no Senado, sob influência do Jurista de São Bernardo, beneficia Eduardo Cunha: se for cassado, tem chance de se livrar da perda dos direitos políticos e pode estar de volta em 2018.
MÉDIUM NO STF
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, deve ter propriedades mediúnicas: confessou que avaliava desde sábado o fatiamento da Constituição. Notável premonição sobre o “destaque” de autoria do PT.
NADA É CASUAL
Não por acaso o presidente do Senado, Renan Calheiros, alvo de oito denúncias graves no Supremo Tribunal Federal, foi um dos artífices da presepada que criou a figura da cassação pela metade.
SINCERIDADE
A desconcertante sinceridade de Michel Temer, em sua primeira reunião de governo, reclamando do acordão de Renan Calheiros para impedir a suspensão dos direitos políticos de Dilma, fez parecer que o presidente não sabia que falava ao vivo para todo o País.
JURISPRUDÊNCIA
Ricardo Lewandowski ignorou a jurisprudência do STF, que ele próprio preside: provocado pelo ex-presidente Fernando Collor, a Corte decidiu que é inseparável cassação do mandato da perda dos direitos políticos.