A vida da professora de Educação Física Mari Christina Santilli, de 38 anos, sempre foi dedicada ao esporte. Durante oito anos, a partir de 2006, ela deu aulas na rede municipal de Curitiba pela manhã e ensinou natação em um clube no período da noite. Essa rotina só foi interrompida quando se licenciou sem vencimentos, em abril do ano passado, para se dedicar exclusivamente à preparação para a Paralimpíada do Rio de Janeiro. Daqui a três meses, com a abertura do evento, ela espera contar com a torcida de muitos alunos na busca de uma medalha na paracanoagem.
“Essa vaga é pra eles também. É minha, do Brasil e deles. Quero representar cada um deles no Rio de Janeiro em setembro”, diz a professora, que pode voltar à Escola Municipal Rio Bonito em abril do ano que vem, quando acaba sua licença de dois anos. Na Paralimpíada, ela vai disputar a categoria KL3 Feminina individual, na prova de velocidade de 200 metros.
Mari conta que reuniu os ex-alunos quando voltou da Alemanha, onde conquistou a vaga no mês passado, para comunicar que estava classificada para os jogos, e recebeu a torcida das turmas e colegas de magistério. “É uma profissão que é muito gratificante. Você pegar uma turminha de pré, de cinco aninhos, com crianças que não sabem nem correr e pular corda, e, de repente, você dá toda essa base para essa molecada.”
O treinamento agora está focado em aprimorar as estratégias para a prova, como se acostumar a águas mais agitadas. Segundo ela, essa é uma característica da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, onde há bastante vento. “Estamos tentando melhorar algumas metragens da prova, que é de velocidade. Em alguns metros, eu tenho falhas, e a gente vai aprimorando. São três meses para melhorar o que for possível e ter uma representatividade forte.” (Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil)