O relato do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró feito à Procuradoria-Geral da República de que a campanha ao governo da Bahia de 2006 do atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, recebeu dinheiro de propina de uma obra da estatal em Salvador, continua repercutindo na imprensa nacional.
O PT da Bahia mergulhou de vez na Lava Jato com a inclusão de Jaques Wagner e José Sérgio Gabrielli rol das investigações solicitadas pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, ao STF. Já integram os inquéritos da Lava Jato, os baianos empreiteiros Marcelo Odebrecht, Ricardos Pessoa e Luiz Argolo, este ex-deputado do PP.
Jornais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, revista Veja, O Globo deram grande destaque ao assunto: “Cerveró diz que propina da Petrobras bancou campanha de Jaques Wagner” (Folha); ”Cerveró delata dinheiro desviado à campanha de Jaques Wagner” (O Globo); “Cerveró revela propina para eleição de Jaques Wagner em 2006” (O Estado de São Paulo), foram alguns das manchetes. O Jornal Nacional também deu grande destaque e os jornais da GloboNews dedicaram espaços preciosos ao assunto.
Na Bahia, ao contrário, a imprensa quase nada divulgou.
Em sua delação, Cerveró afirma que a propina da Petrobras articulada pelo então presidente da estatal, o baiano José Sérgio Gabrielli, abasteceu a campanha para governador da Bahia, em 2006, do petista Jaques Wagner, hoje ministro-chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff. O apoio dado por Gabrielli com recursos desviados da estatal foi o que permitiu a Wagner virar as pesquisas de opinião em 2006 e se eleger, pela primeira vez, governador da Bahia diz a Folha.
O documento é um resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. Segundo o jornal Valor Econômico, os papeis foram apreendidos no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.