Os profissionais Raul Vargas, de 51 anos, e Okanis Borrego, de 29, afirmam que não receberam o salário de março e se queixam que o pagamento feito aos cubanos é mais baixo do que o dos outros profissionais. Eles ainda denunciam que o contrato assinado com o governo Castro impõe restrições à sua liberdade, ambos abandonaram o programa do governo federal.
Vargas contou que a médica Ramona, primeira desertora do programa, foi quem “abriu os olhos” dos cubanos para o tratamento diferenciado em relação a outras nacionalidades. “Ninguém foi obrigado a vir ao Brasil. Mas muitos médicos cubanos queriam vir pra cá. Na minha opinião é o país mais desenvolvido da América Latina – disse Vargas. “Mas quando chegamos, ninguém sabia que ganharíamos menos que os outros médicos do programa”.
O presidente da AMB, Florentino Cardoso, defendeu os profissionais cubanos. “A AMB nunca disse que não quer médicos estrangeiros. Defendemos que qualquer médico pode trabalhar no Brasil desde que faça a revalidação do diploma”, afirmou. Cardoso ainda sugeriu que os profissionais foram mantidos em regime de escravidão. “Do jeito que está, eles se sentem em um regime análogo à escravidão, sem direito de ir e vir e falar o que pensa como nós brasileiros.
Os médicos estavam lotados em Senador José Porfirio, interior do Pará, e já deram entrada no pedido de refúgio na Polícia Federal e no Conselho Nacional de Refugiados, o que garante que eles não sejam deportados ao longo de um ano. (Diário do Poder)