Em plena crise financeira do Estado, o governador Jaques Wagner reajustou em 50% os jetons pagos a conselheiros de 12 empresas estatais. De janeiro de 2013 a março de 2014, o bônus por participação em reuniões dos conselhos de administração das estatais pulou de R$ 3.000 para R$ 4.500. A medida beneficia secretários do governo, maioria nesses conselhos. Secretários que ocupam mais de um conselho, como James Correia (Indústria) e Carlos Costa (Portos), chegam a obter um rendimento mensal de R$ 25,7 mil -superando os R$ 20,5 mil do teto estadual.
As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, em reportagem assinada por João Carlos Pitombo. Os jetons são recursos pagos a servidores pela participação nos conselhos. Não contam como salários e, por isso, não entram no cálculo do teto salarial, hoje de R$ 29,4 mil.
O jornal apurou no Portal da Transparência estadual os valores dos jetons em seis empresas: Conder (desenvolvimento urbano), CAR (desenvolvimento regional), CBPM (mineração), EBDA (agricultura), Bahiatursa (turismo) e Bahia Pesca. Em todas, o reajuste foi de 50%. Os aumentos saíram entre janeiro de 2013 e março de 2014 – período em que a gestão Jaques Wagner (PT) enfrentou aperto financeiro que resultou em inadimplência com fornecedores e atraso em salários de terceirizados.
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Os conselhos em que atuam os secretários não têm, necessariamente, relação com a pasta de origem. O secretário da Copa, Ney Campello (PC do B), é do conselho da EBDA. Já a Bahia Pesca é aconselhada pelo chefe do cerimonial do governador, Nelson Simões (PT).