Relatório da Polícia Federal informa que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) recebeu dinheiro, intermediou negócios e, em alguns casos, atuou até como sócio do doleiro Alberto Youssef, alvo central da Operação Lava-Jato. Segundo a polícia, o deputado e o doleiro trocaram 1.411 mensagens num determinado período.
É o que afirma nesta sexta-feira o jonal O Globo, em matéria assinada por Jailton de Carvalho. A intimidade era tamanha entre os dois que o deputado tinha até um telefone exclusivo só para falar com Youssef com a conta paga pelo doleiro. Youssef é investigado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção, entre outros crimes.
“Os indícios apontam que LA tratava-se de um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro”, informa o relatório encaminhado à Justiça Federal de Curitiba. Pelas investigações da polícia, L.A. são as iniciais de Luiz Argôlo. O relatório sobre as relações entre o deputado e o doleiro deverá ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Caberá ao tribunal decidir se abre ou não inquérito específico contra o deputado. O documento, que pode complicar de vez a situação de Argolo no Conselho de Ética da Câmara, levanta suspeita de que o deputado era sócio de Youssef. “Há, aparentemente, registro de negócios comuns, envolvendo construtoras e licitações”, diz o relatório. Para a polícia, é necessário aprofundar as investigações sobre esses “negócios”. Mas a investigação depende de autorização prévia do STF. Por conta das relações com Youssef, Argolo responde a processo no Conselho de Ética.(Jailton de Carvalho, O Globo)