Concluída a primeira fase de investigações, com o indiciamento de 46 pessoas, a Operação Lava-Jato vai se voltar agora para apurar suspeitas de envolvimento de funcionários públicos nos crimes de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Para isso, a Polícia Federal vai abrir novos inquéritos.
A PF suspeita também que doleiros abasteceram campanhas políticas com o dinheiro da corrupção. Na agenda mantida pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, agora indiciado por vários crimes, consta a informação de que ele doou R$ 28,5 milhões para o PP, partido que o manteve na direção da Petrobras por sete anos.
Nessa categoria de crime contra os recursos públicos, está a investigação, ainda em andamento, sobre o contrato de R$ 443,8 milhões entre a companhia Ecoglobal e a Petrobras. A PF suspeita que o negócio foi fechado com a influência de Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef fizeram uma oferta de R$ 18 milhões para comprar 75% da Ecoglobal, dois meses depois de a empresa ter fechado contrato com estatal do petróleo, o que, para a Justiça Federal, configuraria um indício forte de irregularidade. (Germano Oliveira, O Globo)