Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Após mais de duas horas de reunião com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, e representantes das 29 empresas associadas à entidade, a presidenta Dilma Rousseff determinou que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, conversem rapidamente com o governo argentino para destravar as exportações para o parceiro do Mercosul.
Ao sair da reunião, Moan disse que Borges e Cafarelli disseram que estarão na Argentina já na próxima semana reiniciando a negociação. “A questão com o governo argentino foi uma restrição a importações de produtos do Brasil [no fim de 2013] e no dia 28 de março foi assinado um memorando de entendimento entre os dois governos determinando o fluxo de comércio. Só que para ser funcional necessita ainda de um ajuste na linha de financiamento da exportação brasileira para a Argentina”, disse.
O presidente da Anfavea disse que as restrições às vendas para a Argentina tiveram grande impacto sobre o setor. “Nós perdemos no primeiro trimestre 32% das exportações previstas. Então é um prejuízo bastante pesado”, disse Moan, explicando que, como as exportações representam cerca de 20% das vendas, o impacto global foi aproximadamente 7%. Nesta semana, os representantes já haviam discutido o assunto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo.
Na reunião com a presidenta, todos os representantes das empresas associadas falaram sobre a conjuntura do setor automotivo, que inclui automóveis comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e máquinas rodoviárias. “A presidente demonstrou grande interesse em conhecer em profundidade o nosso setor: ela pediu que a questão das exportações [fosse trabalhada em conjunto, tanto pelo Ministério da Fazenda quanto pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior]”.
No mercado interno, Moan relatou que o setor automotivo sofre os impactos do aumento de custos do aço, da logística e da energia elétrica. “Mostramos claramente a preocupação nossa com aumento de custos generalizado”, disse. Segundo ele, o aumento de custos não deve ser repassado ao consumidor, mas diminui a produtividade do setor.