REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
A diretora administrativo-financeira da Bahiatursa, Ana Elisabeth Visco de Almeida, pode ser a nova contratação do prefeito ACM Neto para reforçar a Sedes, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura. Ameaçada de perder o cargo para Diogo Medrado, 27 anos, filho do deputado federal Marcos Medrado (SDD), Ana Elisabeth se destacou nos dois últimos anos na Bahiatursa como uma técnica altamente qualificada e comprometida com os interesses da empresa.
Na última segunda-feira, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apresentou em reunião com gestores administrativos do governo as contas da Bahiatursa como exemplo de trabalho sério, que deveria ser seguido por outros órgãos da administração pública.
Sem qualquer ressalva, as contas da Bahiatursa foram apresentadas pelo TCE como um case de sucesso. Todas têm o crivo de Ana Elisabeth. O secretário de Turismo de ACM Neto, Guilherme Bellintani, anunciou que as portas “estão abertas” para a atual diretora da Bahiatursa.
Os cargos de Medrado – O ingresso de Diogo Medrado na Bahiatursa, tido antes como sacramentada, está ameaçado de não ocorrer. A decisão será tomada pelo Conselho da empresa estatal de turismo até o final do mês. Pela inexperiência, evidenciada no currículo que apresentou – e foi aprovado, diga-se, pela Casa Civil -, o filho do deputado Marcos Medrado pode sobrar. O problema é que o parlamentar já tinha fechado com o governador Jaques Wagner o ingresso de Diogo no órgão, acompanhado de vários seguidores, retomando assim a boquinha perdida.
Bahiatursa x Agerba – Marcos Medrado perdeu os cargos que tinha no governo Wagner em janeiro de 2011, quando o vice-governador Otto Alencar assumiu a Secretaria de Infraestrutura e foi tirando, um a um, todos os afilhados do parlamentar da Agerba, a agência de transportes do Estado, que era totalmente controlada pelo parlamentar do partido Solidariedade.
A passagem do time de Medrado pela Agerba foi desastrosa. Sem quadros, o deputado indicou para a diretoria executiva da autarquia também um jovem, de nome Renato José Andrade. Dizem que aquele (diretor geral) foi o primeiro emprego do rapaz, que sem qualquer experiência profissional e sem conhecer absolutamente nada de agência de regulação, fez uma gestão pífia. E o pior: o ex-diretor da Agerba teve recentemente seus bens bloqueados pelo Ministério Público da Bahia.
A preocupação do pessoal da Bahiatursa reside principalmente aí: eles temem que a empresa de turismo, que tem conceito nacional, possa ser uma Agerba amanhã. A Agerba, vale lembrar, já foi referência no mercado de regulação do país, no governo de César Borges, quando era comandada por técnicos. Tinha autonomia para exercer o seu papel. Hoje é um órgão totalmente desacreditado e tocado por interesses políticos. E a culpa, diga-se, não é só de Marcos Medrado. Quem entrou depois deixou o barco navegar à deriva e fazendo água.
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