O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no mensalão, negou nesta terça-feira receber qualquer tipo de regalia dentro do Centro de Internamento e Reedução (CIR), no Complexo da Papuda. Numa videoconferência que durou cerca de 20 minutos, o ex-ministro também negou ter usado um telefone celular dentro do presídio. É esta acusação que motivou a audiência do réu na Vara de Execuções Penais (VEP).
A partir dos resultados da investigação instaurada, o juiz da VEP Bruno Ribeiro decidirá se Dirceu terá direito ao benefício de trabalho externo. O réu quer trabalhar na biblioteca de um escritório de advocacia em Brasília. O salário oferecido é de R$ 2.100.
O advogado de Dirceu, José Luís de Oliveira, acompanhou a videoconferência junto ao juiz na VEP, e não ao lado de seu cliente no presídio. Ao GLOBO, Oliveira afirmou que a audiência teve um caráter mais amplo e não se restringiu ao procedimento do telefone celular.
– Ele não usou celular e deixou claro que não recebe qualquer tipo de regalia. Todas as conversas com visitantes, inclusive, ocorrem no parlatório – disse.
O advogado disse que o juiz não fez questionamentos sobre vistas em dias e horários especiais ao réu. Dirceu ainda recebe visita de parlamentares fora dos dias de visitas destinados à massa carcerária.(Vinicius Sassine, O Globo)