Rio – Os assassinatos de dois jornalistas, em municípios no interior do Rio de Janeiro do Espírito Santo, esta semana, reforçou a sensação de insegurança entre os profissionais de comunicação e levou entidades de classe a cobrar o esclarecimento dos fatos. Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, o problema da violência contra os profissionais não se restringe às manifestações, ainda que, desde junho do ano passado, quando multidões tomaram as ruas de várias cidades, o número de casos tenha aumentado.
“Precisamos de proteção, mas os jornalistas não estão pedindo ações restritivas das liberdades individuais. Estamos resistindo a essa provocação, pois achamos que não vai ser com leis repressoras, que restrinjam a liberdade de reunião e manifestação que vamos conseguir diminuir a hostilidade contra jornalistas. Pelo contrário. A tendência será isso desencadear ainda mais radicalismo”, acrescentou Schröder.
Embora as motivações dos crimes ainda estejam sendo investigadas, as mortes de Pedro Palma, no Rio de Janeiro, e de Edilson Dias Lopes, no Espírito Santo, foram objeto de notas da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), cobrando resposta para os assassinatos.
O jornalista Pedro Palma, 47 anos, foi morto a tiros na noite dessa quinta-feira (13), em Miguel Pereira, no centro-sul do Rio de Janeiro. Dono do jornal Panorama Regional, Palma foi, segundo as primeiras informações, alvejado em frente de sua casa por dois homens em uma moto. Moradores da cidade ouvidos pela Agência Brasil levantaram a hipótese de crime político, já que o jornalista era conhecido por denunciar irregularidades cometidas por figuras públicas.
Já o radialista Edilson Dias Lopes, de 35 anos, foi morto na noite de terça-feira (11), em Pinheiros, interior do Espírito Santo. Locutor da Rádio Comunitária Explosão Jovem FM, Ed Wilson, como era conhecido, também foi alvo de tiros disparados por duas pessoas que passaram em uma moto.