Investigações em andamento no Bahia – feitas pelos Ministérios Públicos Estadual (MP-BA) e Federal (MPF) – colocam sob suspeita o pagamentos de serviços que não teriam sido prestados ao clube. As apurações se baseiam em relatórios de auditoria ocorrida no Tricolor neste ano e em 2013 – à época da intervenção judicial que destituiu Marcelo Guimarães Filho da presidência.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (14) pelo jornal A Tarde, que teve acesso ao relatório. No início desta semana o publicitário Sidônio Palmeira, assessor especial da diretoria do Bahia, causou polêmica ao anunciar que radialistas receberam “jabá” do clube. Sidônio não citou nomes, mas afirmou que todos os envolvidos ”terão seus nomes divulgados” na apresentação do relatório dos auditores na reunião do Conselho Deliberativo do Bahia, no próximo dia 22.
Em seu Facebook, o radialista Antonio Tillemont, que foi derrotado nas eleições diretas para Fernando Schmidt, mas que apoia a diretoria atual, já tinha antecipado, ontem, o prejuízo de R$ 3,3 milhões nas contas do tricolor.
”Ninguém comenta outra coisa em Salvador, que não seja sobre a questão do jabá. Os jabazeiros não se resumem a passagens aéreas. Alguns dos casos eram protegidos por contratos, o que desqualifica a conotação. O fato é que havia benesses bem maiores para um grupo restrito. A auditoria tem que apontar tudo, sob pena de ser desmoralizada e jogada por terra. Caso as suspeitas acerca dessas operações se confirmem, o prejuízo do clube teria sido em torno de R$ 3,3 milhões”, escreveu Tillemont.
Rombo Cresceu – A auditoria feita no ano passado pela empresa Performance – a pedido da intervenção judicial – apontou o valor de R$ 2,8 milhões em pagamentos de serviços que não teriam sido prestados ao clube, segundo informa A Tarde. Recontratada pela diretoria atual do Bahia, a Performance auditou, agora, um novo período da gestão de Marcelo Guimarães Filho – de 1º a 9 de julho de 2013, ou seja, os últimos dias dele como presidente.
O Bahia desembolsou R$ 444,2 mil com duas empresas e não há evidências de que os serviços tenham sido prestados, observa o jornal. Uma delas é a Dicon Contabilidade. Segundo contrato com o Bahia datado de 2 de janeiro de 2012, ela foi contratada para a “prestação de serviços voltados à auditoria fiscal”.
De acordo com a Performance, para este serviço foi emitida, em 7 de junho de 2013, nota fiscal no valor de R$ 300 mil. Os pagamentos do Bahia à Dicon teriam sido seis, distribuídos entre 4 de junho e 5 de julho, a quatro dias da intervenção. O valor saído dos cofres tricolores foi de R$ 108, 9 mil.