A médica cubana Ramona Rodríguez diz temer represália após ter desertado o programa Mais Médicos na segunda-feira passada. “Tenho medo que me aconteça algo – que alguém de Cuba me faça algo, que me sequestrem, não sei”, afirma em entrevista à BBC Mundo por telefone, em Brasília.
Rodríguez, de 51 anos, diz também que sabia que sua decisão de abandonar o Mais Médicos, vitrine do governo de Dilma Rousseff – cairia “como uma bomba”.
“Virou mais do que isso (saúde pública), é algo político”, opina.
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A médica, que é especialista em medicina integral geral, deixou seu posto de trabalho no Pará alegando que se sentia enganada por receber apenas uma fração do que receberiam profissionais do Mais Médicos vindos de outros países.
Ela alega que ganha apenas US$ 400 por mês, além de US$ 600 que são depositados em sua conta em Cuba, e que o governo cubano ficaria com outros cerca de US$ 3 mil do salário pago pelo governo brasileiro a Rodríguez.(Gerardo Lissardy, da BBC)