Em artigo publicado nesta segunda-feira (3) no jornal Correio, com o título “Os oito anos de gestão no Vitória de Alexi e Falcão” o ex-presidente do Vitória, Paulo Carneiro, faz uma análise da administração atual do clube e diz que Alexi Portela e Carlos Falcão, ex e atual presidente, estão desesperados com o trabalho da oposição. Fala também do crescimento das despesas do clube em 534% em seis anos e diz que a diretoria gastou R$ 130 milhões, contratando 250 atletas, 22 técnicos e 10 gerentes. Leia na íntegra, abaixo: o artigo do ex-dirigente rubro-negro:
Após oito anos da nossa saída do Vitória, os atuais dirigentes continuam buscando bodes expiatórios para justificar insucessos. Atitude mesquinha e constante. Semana passada, publicaram Artigo neste veículo para atrair o torcedor, mas sem substância.
Hoje se sustentam na boa campanha no Brasileiro 2013, mas inferior às nossas de 93 e de 99, com menos recursos e construindo o clube. Não me esquecem. Têm pesadelos quando imaginam que possa voltar. Estão desesperados com o trabalho da oposição.
Iniciaram perseguição por rancor e ódio, com beneplácito do presidente do Conselho, que deveria se espelhar em José Martins Catharino, Manoel Tanajura e outros rubro-negros. Falam em moderna governança e esquecem que há 17 anos o clube atraía grupos internacionais. Fomos a primeira S/A do futebol brasileiro.
Na base, objetivo não é título, mas conquistamos uma centena. Em 1997, a imprensa internacional nos reconhecia entre as 8 melhores do mundo. A queda de qualidade é vertiginosa. Quantos foram revelados e negociados por eles? Só Gabriel! São crias da nossa época Hulk, David Luiz, Anderson Martins, Victor Ramos, Elkeson, Leandro Domingues, Marcelo Moreno,etc…
O crescimento de despesas em 534%, entre 2006 a 2012, compromete o resultado. No profissional, gastaram R$130 milhões, contratando 250 atletas, 22 técnicos e 10 gerentes. O baixo investimento (cerca de R$650 mil/ano) no patrimônio deixa certeza que, após 2000, concluída a concentração Vidigal Guimarães, não evoluímos. Com a Copa, receberam “esmola” de R$ 500 mil para ajudar na reforma do gramado.
O então vice-financeiro e atual presidente do clube, ao jornal Tribuna da Bahia em 21/12/2011, citou que a dívida se aproximava dos R$ 100 milhões. Hoje, afirma equilíbrio. Mágico das finanças.
As certidões do tribunal regional do trabalho demonstram que, de 2008 à 2012, foram 85 novos processos. Já demonstrativos contábeis, balanços e DRE’s de 2006 a 2010 jamais foram publicados em jornal de grande circulação, Diário Oficial ou arquivado na Juceb, como determina a lei das sociedades anônimas (S/A). Por que não cumprir a lei?
O Vitória S/A foi responsável pelo futebol de 12 de junho 2000 a 14 de setembro de 2005 (nossa gestão) e desta data até dezembro de 2010 (gestão atual) com endividamento próximo a R$90 milhões. O Esporte Clube Vitória, no período sem nenhum endividamento, restringia atividades aos esportes amadores. A partir de 2011, o ECV iniciou atividades profissionais, ficando o S/A sem atividade. Mentem quando se referem aos R$10 milhões em dívida do ECV, mas omitem a dívida do S/A; em mais R$90 milhões. Até presidente tem a S/A: Cláudio Figueiredo, que é sócio do atual presidente do clube.
A dívida deixada por nós era de R$26.314.846 em regime de caixa – R$12.449.503 de tributos/contribuições/obrigações; R$10.753.671 de futebol/médicos; R$824 de marketing; R$2.109.188 da administração e R$116.895 da nova arena. A venda de atletas como Hulk e David Luiz e outros seria suficiente para pagar o passivo. Ainda deixamos patrimônio.
O programa de sócio-torcedor não deslancha pois é mal administrado. E não há interesse no crescimento. Morrem de medo de eleição direta. Querem se perpetuar no poder.
Nós alavancamos a marca e trouxemos craques como Bebeto, Petkovic, Túlio, Aristizábal. A autoestima e orgulho da torcida não têm preço. Mais que isto, o crescimento de rubro-negros, que passou de 11% para 42% no universo Ba-Vi.
Se for ético lavar a roupa suja do clube nos microfones, não sabemos o que é ética. Xingamentos e falta de respeito satisfazem quem não tem compromisso com o Vitória. Ético talvez seja afirmar que para mandar atletas embora deixa de pagar os salários propositalmente.
Que Deus abençoe o Vitória e a família rubro-negra.
Paulo Carneiro