Os restos mortais do ex-presidente João Goulart voltaram nesta sexta-feira (6) para a cidade de São Borja, onde ele nasceu, a 630 quilômetros de Porto Alegre. O político será enterrado novamente, com honras de chefe de Estado, no dia em que completa 37 anos de morte – dia 6 de dezembro de 1976.
“Nosso objetivo é que o país tenha conhecimento de todos os fatos que constituem a nossa história, a nossa vivência nacional. O Estado cumpriu uma etapa para reforçar a democracia”, disse a ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência).
Os restos mortais foram recebidos na Base Aérea de Brasília por militares das Forças Armadas, que conduziu o caixão para o avião que embarcou para cidade natal de Jango, como era conhecido. A cerimônia foi acompanhada pela viúva de Goulart, Maria Thereza Goulart, os filhos, João Vicente e Denize Goulart, e seus netos.
“Estamos enterrando um pai pela segunda vez e estamos desenterrando uma luta, uma luta de dignidade, de sofrimento pelo Brasil. Temos certeza de que fizemos o que estava ao alcance da família para esclarecer uma verdade que permanece oculta”, disse João Vicente Goulart, filho do ex-presidente.
O corpo de Jango foi exumado a pedido da família, que suspeita que ele morreu envenenado quando estava exilado na Argentina e não por um infarto, como foi divulgado na época pela Ditadura Militar. (Diário do Poder)