Depois de muita confusão e bate boca entre militantes, o Diretório Regional do PT decidiu neste domingo entregar todos os cargos ocupados pelo partido na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), pré candidato à sucessão presidencial. Campos vem sendo acusado por setores do PT de ter montado em Pernambuco o quartel geral do antipetismo no país. Em um encontro que durou o dia todo, com muitas brigas, o Diretório anunciou à tarde que a saída do governo foi aprovada por 56% dos integrantes daquela representação. Com isso, ganhou a corrente Construindo um Novo Brasil, que é liderada pelo senador Humberto Costa e pelo deputado federal João Paulo Lima e Silva, as duas maiores lideranças do partido no Estado. Na semana passada eles haviam divulgado uma nota pregando a entrega dos cargos.
A decisão de hoje também se aplica ao Recife e ao município de Paulista, localizado na regiáo metropolitana, administrados pelo PSB. O Presidente do PT pernambucano, deputado Pedro Eugênio vai pedir ainda neste domingo audiência ao governador, para comunicar oficialmente sobre a decisão. A ordem do PT é para que os seus filiados não insistam em permanecer, porque quem desrespeitar a orientação do partido será punido com a expulsão. Apesar da reunião, o PT ainda não conseguiu fechar o palanque para abrigar a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Com o partido enfraquecido no estado desde a eleição municipal do ano passado — quando saiu derrotado em Recife, depois de três gestões na prefeitura —, suas lideranças ainda não definiram se ficam com candidato próprio ou apoiam o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE). (Letícia Lins, O Globo)