Agência ANSA
Roma – “Onde meu pai deveria ser enterrado? Para mim em Israel, assim eles ficariam contentes.” A frase é de Jorge Priebke, filho de Erich Priebke, o ex-oficial nazista morto aos 100 anos na última sexta-feira (11) na Itália.
Em entrevista por telefone à ANSA, ele afirmou que as cidades que negaram a permissão para o enterro de seu pai, como Roma e Bariloche (Argentina) — onde Jorge vive atualmente –, estão sendo injustas com o alemão. “Por que essa gente não olha o que acontece no Oriente Médio, na Síria, no Irã, ou então para aqueles coitados em Lampedusa que morrem no Mediterrâneo? Por que continuam a se ocupar com uma pessoa dos tempos de uma guerra que acabou há mais de 60 anos? São uns ressentidos”, acrescentou.
O filho de Priebke disse também que o processo contra o ex-oficial é fruto de uma falsificação dos judeus. Em 1998, ele foi condenado à prisão perpétua por participar do massacre das Fossas Ardeatinas, em março de 1944, no qual 335 civis italianos foram assassinados pelas forças nazistas.
“Creio que aquilo que aconteceu ao meu pai se devia ao fato de que ele era o único ainda vivo entre aqueles das Fossas Ardeatinas, o único que havia chegado aos 100 anos”, salienta Jorge, que negou que sua família chegou a viver com um sobrenome falso. “Aqui em Bariloche meu pai teve até emprego público.”
O Ministério das Relações Exteriores de Israel rebateu a provocação de Jorge Priebke dizendo que suas declarações “não merecem nenhum comentário”.
Enterro – Após uma série de negativas, incluindo do município de Hennigsdord, onde Priebke nasceu, a cidade de Fondachelli-Fantina, na região italiana da Sicília, se mostrou disponível para receber seu túmulo. A decisão foi comunicada por meio de um fax assinado pelo prefeito Marco Antonino Pettinato. (Ansa Brasil)
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