Agência ANSA
Roma – O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, anunciou que na próxima segunda-feira (14) vai dar início a uma missão humanitária naval e aérea que, segundo ele, deverá tornar o Mediterrâneo um mar o mais seguro possível. “É uma iniciativa que vai custar, porque os navios atualmente utilizados e os aviões serão colocados em campo três vezes, mas é indispensável para enfrentar essa emergência”, disse o premier em um debate realizado em Mestre, na região do Vêneto.
Letta afirmou que, como cidadão e político, aboliria a lei “Bossi-Fini”, que trata sobre o tema da imigração e classifica como crime a entrada clandestina no país, estipulando uma multa de até 5 mil euros (R$ 15 mil) para quem for pego. “Eu sempre considerei errado o crime de clandestinidade. Mas somos uma grande coalizão, na qual é normal que existam contradições”, salientou o primeiro-ministro, acrescentando que o assunto será discutido no governo.
Segundo a Marinha da Itália, o balanço do naufrágio de sexta-feira (11) no Canal da Sicília contabiliza até o momento 206 sobreviventes e 34 mortos, a maioria mulheres e crianças, incluindo pelo menos sete bebês de seis meses a dois anos. As primeiras informações após o acidente davam conta de que cerca de 50 pessoas haviam morrido. De acordo com pessoas que escaparam da tragédia, na embarcação viajavam em torno de 250 passageiros.
Ao menos 146 sobreviventes foram transportados para Malta pela Marinha do país, sendo 117 da Síria, 27 da Palestina, um da Líbia e um da Tunísia. Eles estão sendo assistidos e medicados em um hospital de Valeta, capital maltesa, antes de serem transferidos para centros de acolhimento de imigrantes. O restante foi levado para a ilha italiana de Lampedusa.
Em um telefonema ao presidente do conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy, o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, disse que no próximo encontro dos países europeus ele não sairá da mesa até que seja apontada uma solução real para enfrentar o problema da imigração clandestina no sul do continente. Muscat já havia criticado duramente a UE, dizendo que ela deveria parar de perder tempo com “palavras inúteis”, além de chamar o mar Mediterrâneo de “cemitério”. (Ansa Brasil)