O pleito eleitoral do Vitória está só na fase de aquecimento, mas as reações e manifestações estão crescendo e surpreendendo completamente aqueles que apostavam que todos diriam amém, elegeriam e bateriam palmas para qualquer nome da situação. Não é bem assim.
Albérico Mascarenhas, conselheiro do Esporte Clube Vitória e um dos resposáveis pela colocação de Alexi Portela como presidente do clube, não tem dúvida: o candidato que Alexi quer fazer seu sucessor, Carlos Falcão, não tem qualidade para presidir o centenário Esporte Clube Vitória.
Atual chefe da Casa Civil do prefeito ACM Neto, Mascarenhas acha que Alexi deveria mudar rápido de ideia, democratizar o clube que, segundo ele, é muito presidencialista, sem participação efetiva dos sócios e conselheiros.
Mascarenhas aceita tudo. Defende até uma prorrogação do mandato de Alexi Portela por mais um ou até dois anos, mas não Falcão como presidente.
“Eu acho que poderia se fazer uma alteração no estatuto do clube, Alexi poderia ficar por mais um período, um ou dois anos, e nesse período nós prepararmos um novo modelo de gestão para o Vitória. O Vitória não pode continuar com o modelo de gestão que tem hoje, muito presidencialista, que não há muita participação dos sócios, dos conselheiros. É preciso democratizar isso”, afirmou Mascarenhas, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
Rejeição impressiona
O sentimento expresso por Albérico Mascarenhas sobre a falta de qualidades de Carlos Falcão para presidir um clube com a grandeza do Vitória não é diferente da reação dos torcedores expressa nas redes sociais. No Facebook, principalmente, é quase unânime a opinião daqueles que não concordam com Alexi. Como Albérico Mascarenhas, a maioria reconhece que Alexi Portela deu a sua contribuição ao Leão, mas a rejeição a Falcão impressiona.
As reações ao candidato de Portela, que também tem como cabo eleitoral Marcelo Nilo e o presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha, dispararam principalmente após as constantes declarações de Carlos Falcão de que o Vitória ganharia mais dinheiro se fosse para a Arena Fonte Nova, abandonando o Barradão. A partir daí e lastreado pelos números insiginificantes de presença de publico do rival Bahia no novo estádio das empreiteiras Odebrecht-OAS, bem inferior aos jogos de Pituaçu, o torcedor rubro-negro parece ter acordado de vez.
Falcão nunca falou sobre os planos que poderia ter para ampliar a infraestrutura do clube, para melhorar o acesso ao estádio e muito menos para transformar o santuário do torcedor em uma verdadeira arena. Vivia a reclamar da torcida por não ir ao Barradão e só falava na Fonte Nova. Depois de algumas críticas de setores da imprensa, inclusive do JORNAL DA MÍDIA, que não concorda em se esvaziar o Barradão e com o modelo de gestão atual do Vitória, ele recuou. Mas da cabeça dele, asseguram alguns rubro-negros, a ideia da Fonte Nova não sai.
Falcão não, reage Mascarenhas.
“Sob nenhuma hipótese eu votaria em Falcão”, reagiu Albérico Mascarenhas, para quem existem outros nomes mais preparados e expressivos para assumir a presidência do clube. Questionado sobre Fábio Mota, secretário nacional de Turismo, ele admitiu que tem o seu apoio.
“Fábio Mota é nome de qualidade, conceituado, pode ser um bom presidente”, considerou.
Albérico Mascarenhas entende, no entanto, que é preciso se buscar um nome de consenso para dirigir o clube. Para ele, uma divisão não seria boa para o momento do Vitória, que precisa alcançar voos mais altos em todos os níveis de sua gestão.