AGÊNCIA ANSA
Cairo – A polícia egípcia informou hoje, dia 11, que as operações para a desocupação das praças dos manifestantes favoráveis ao ex-presidente Mohamed Morsi começarão na manhã de segunda-feira. Hoje foram realizados protestos contra a deposição de Morsi em todo o Egito.
A Irmandade Muçulmana, bancada do ex-presidente, convocou as manifestações e pediu aos manifestantes de permanecer nas praças durante a noite. A Irmandade informou que se as praças Rabaa e Nahada, onde estão sendo realizados os protestos no Cairo, serão desocupadas pela polícia, os manifestantes marcharão até a praça Tahrir, símbolo da revolta contra o ex-presidente Hosni Mubarak e contra Morsi.
O anuncio provocou preocupação entre as oposições laicas, que temem uma ocupação do local pelos membros da Irmandade. Fontes militares egípcias declararam à ANSA que todas as estradas do Cairo próximas aos locais das manifestações estão sendo presididas pela polícia e pelo Exército.
Ontem a noite faltou luz na área de Rabaa, fato que provocou a preocupação da Irmandade que interpretou o sinal como o começo das operações de desocupação. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas em confrontos ente muçulmanos e cristãos na província de Beni Suef, a cerca de 100 quilômetros ao sul do Cairo. Uma igreja e 17 casas foram incendiadas. A polícia interveio para separar os habitantes de religião cristã-copta dos membros do grupo radical islâmico Al-Gamaa Al-Islamiya.
Há poucos dias, 16 organizações egípcias para os direitos humanos denunciaram a falta de defesa da comunidade copta, que representa cerca de 10% da população egípcia, pelo governo do Cairo, com um “aumento dramático das violências” após a destituição de Morsi.
Um outro ataque ocorreu na cidade de Arish, no norte da Península do Sinai. Um grupo de homens armados lançou um foguete contra um clube de militares egípcios. O míssil explodiu próximo da porta do prédio, provocando o ferimento de um soldado. (Ansa Brasil)