Com a classe política já em clima de campanha eleitoral, as denúncias de corrupção envolvendo governos tucanos de São Paulo causam incômodo no PSDB e são exploradas pelo PT. Os petistas, no entanto, estão divididos quanto à estratégia de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso. O escândalo desgasta o ex-governador José Serra no momento em que ele ensaia uma disputa interna no PSDB para ser candidato à Presidência da República. Nesse aspecto, à primeira vista, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves(MG), que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, sai fortalecido, mas seus aliados afirmam que o caso é ruim para o PSDB como um todo, e também respingaria no mineiro na campanha eleitoral.
— Se, por um lado, esse caso deixa o Serra imobilizado, desgastado, por outro atinge o PSDB como um todo. A capacidade de entendimento das pessoas é limitado e, na hora que isso é jogado numa campanha eleitoral, elas não sabem diferenciar (os atores dentro do partido) — disse um aliado de Aécio.
Em público, pelo menos, o PSDB está unido. Em nota, a direção nacional do partido criticou o “vazamento gradual e selecionado” de trechos de investigações e afirmou que isso reforça a suspeita de uso político das informações: “O PSDB reitera seu compromisso com a ética, com a lisura e com a apuração rigorosa dos fatos”.(Fernanda Krakovics e Paulo Celso Pereira, O Globo)