AGÊNCIA ANSA
São Paulo – A polícia começou a jogar nesta quinta-feira bombas de gás e jato de pimenta, depois de tumulto envolvendo a detenção de um manifestante suspeito de estar com maconha. A confusão começou atrás da Igreja da Candelária, quando três policiais abordaram o rapaz, que fumava. O jovem resistiu à abordagem, foi derrubado e arrastado pelo chão.
Mediadores da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protestaram contra a atitude. Os policiais e o jovem foram cercados pelos outros manifestantes. O Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) fez um cordão de isolamento em torno dos outros policiais. Os manifestantes lançaram pedras, panfletos. Um PM foi atingido.
Os policiais, então, lançaram três bombas de gás e dispersaram o grupo com aerossol de pimenta, lançado a curta distância.
Um homem foi detido na tarde desta quinta-feira na concentração da manifestação na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, segundo advogados do Movimento Habeas Corpus, porque não portava carteira de identidade. Um grupo de manifestantes tentou impedir que o carro da polícia deixasse o local.
Cerca de dez advogados desse movimento, que tem o apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Rio, acompanham a manifestação no centro. Outros advogados já estão de plantão nas delegacias do Catete e Centro.
Além das pautas unificadas das centrais sindicais, tais como a derrubada do projeto de lei 4.330/04, que prevê terceirizações no serviço público, os sindicatos também levaram à passeata promovida na tarde desta quinta-feira pela avenida Rio Branco, no centro do Rio, pautas específicas de cada categoria.
A principal demanda do sindicato dos professores do Rio (Sinpro-Rio) é a criação de uma CPI nacional para investigar aquisições das instituições privadas de ensino superior.
Uma CPI estadual no Rio, concluída no início deste ano, recomendou o indiciamento de dez pessoas, entre reitores e gestores de mantenedoras, por sonegação fiscal e outros crimes.
“Temos que investigar essas práticas que colocam instituições de ensino nas mãos de grupos financeiros. É inadmissível essa precarização das condições de trabalho em um setor que movimenta R$ 11 bilhões por ano só no ensino superior privado”, disse o presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quedo.
Os manifestantes que saíram em passeata da Avenida Paulista, em São Paulo, por volta das 15h desta quinta-feira, 11, no Dia Nacional de Lutas organizado pelas centrais sindicais, já chegaram a Praça Roosevelt e começaram a se dispersar. O trânsito na Rua da Consolação foi liberado nos dois sentidos.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), informou que, na manhã desta sexta-feira, 12, haverá reunião entre representantes dos sindicalistas para avaliar o efeito das manifestações em todo o Brasil e não está descartada a possibilidade de novos atos. (Ansa Brasil)