Até a semana passada, nunca tinha ouvido falar desse tal de MC Daleste. Para mim, era apenas mais um entre os milhares de pobres sujeitos que tentavam um lugar ao sol no mundinho das subcelebridades instantâneas por intermédio do tal “funk” que empesteia o nosso cotidiano midiático.
Seu nome chegou aos meus olhos porque o cara foi assassinado em Campinas sábado passado em pleno palco! Leia o notícia aqui e veja o vídeo que mostra o exato momento que o tal MC Daleste levou o “pipoco” que lhe tirou a vida em frente à própria plateia:
Assista ao Vídeo:
Logo de cara, fiquei bastante espantado, quase incrédulo, com a quantidade de comentários nas redes sociais de gente “comemorando” o assassinato do rapaz. Frases como “já vai tarde”, “quem procura, acha” e outras barbaridades foram disseminadas aos milhares nos Facebooks e Twitters da vida.
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Fui atrás do som do garoto assassinado para tentar entender porque tanta gente destilou seu ódio contra alguém que acabara de ser morto. Encontrei uma série de canções muito, mas muito ruins até mesmo para o já paupérrimo meio do tal “funk”, mas uma letra me chamou a atenção.
(…)Poucas pessoas sabem que vários destes MCs, a maioria completamente desconhecida do grande público, já foram assassinados. Tem gente que comenta nas esquinas e becos das favelas que a própria Polícia executa esta turma, principalmente aqueles que, como o tal Daleste, usam suas letras parta fazer apologia contra a instituição.
Outros dizem que estes “rappers da periferia” fatalmente acabam se envolvendo com traficantes e que a treta é resolvida na bala. E ninguém comenta isto porque os grandes meios de comunicação não dão a mínima para o que acontece neste universo tão afastado dos holofotes da mídia e do mundinho das subcelebridades sorridentes.
Ando muito preocupado com o que acontece com este planeta, mas muito mais preocupado com as pessoas que o habitam… (Leia mais no blog Na Mira do Regis)