Salvador – Sem acordo, após audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (13), no Ministério Público do Trabalho (MPT) 5ª Região, os rodoviários apresentaram a proposta de rodar com a catraca livre, sem cobrança de tarifa, durante a greve marcada para começar no dia 18, à zero hora. A proposta intermediada pelos procuradores Carlene de Carvalho Guimarães e Rômulo Barreto de Almeida, foi rejeitada pelos representantes dos sindicatos patronais.
A proposta dos patrões é de 80% da frota nos horários de pico e 60% nos demais horários.
“80% da frota nas ruas inviabiliza a greve e anula um direito constitucional dos trabalhadores”, sustentou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira. O SETPS já havia solicitado à Justiça a manutenção de 100% da frota nas linhas, percentual indeferido pela desembargadora Sônia Lima, por considerar que a ação cautelar movida pelos patrões “denota o afoito propósito em obstar o eventual exercício do direito de greve dos trabalhadores.”
A terceira audiência intermediada pelo MPT foi aberta com a proposta dos procuradores de 10% de reajuste, “tomando como parâmetro o índice concedido no Dissídio Coletivo de 2012, que correspondeu ao índice da inflação, acrescido de ganho real no percentual aproximado de 3%”, explica o procurador Rômulo Barreto de Almeida.
A Comissão de Negociação dos Rodoviários aceitou o índice acrescido de reajuste do ticket, proibição da dupla função motorista/cobrador, e cumprimento da lei em relação à jornada e intervalo. Os patrões rejeitaram a proposta, mantendo o reajuste de 5,84% condicionando a discussão dos demais itens à aceitação, pelos trabalhadores, deste percentual. Pediram que constasse da ata que a redução da jornada é inegociável.
“Os rodoviários já flexibilizaram em vários itens, mas os patrões estão irredutíveis. Essa reunião mostrou quem quer, de fato, a greve. Nós continuamos abertos à negociação, mas, infelizmente, até o momento essa (a greve) é a única alternativa que resta aos trabalhadores”, destacou Ferreira.