AGÊNCIA ANSA
São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, Fernando Haddad, criticaram, em Paris, os manifestantes que depredaram ônibus e o mobiliário urbano durante os protestos contra a tarifa do transporte coletivo na noite dessa terça-feira.
Para o governador, as depredações foram realizadas por “vândalos e baderneiros”, enquanto o prefeito criticou “aqueles que perderam” as eleições municipais, sem no entanto especificar a quem se referia.
As declarações foram feitas na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde a delegação brasileira – que incluiu ainda o vice-presidente Michel Temer – defende a candidatura de São Paulo à cidade-sede da Exposição Universal de 2020 (Expo 2020).
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Segundo Alckmin, a violência da manifestação não pode ser aceita pelas autoridades públicas. “É intolerável a ação de baderneiros e vândalos”, disse o governador, recriminando aqueles que estavam “destruindo o patrimônio público e devem pagar por isso”.
Para o governador, “a polícia tem um trabalho importante sempre que há movimentos na cidade de São Paulo. A orientação é acompanhar e garantir a integridade das pessoas. Ela agiu com profissionalismo”. Alckmin garantiu que os responsáveis pela destruição serão responsabilizados. “A polícia vai responsabilizar e exigir o ressarcimento do patrimônio, seja público, seja privado, que foi destruído”, disse ele, reiterando: “Isso extrapola o direito de expressão. É absoluta violência, vandalismo, baderna, e é inaceitável”.
Além de Alckmin, Haddad também criticou os protestos. Haddad afirmou que reajustar a tarifa de transporte coletivo “abaixo da inflação” foi uma de suas promessas de campanha, que está sendo cumprida. “Nosso compromisso público foi de reajustar a tarifa abaixo da inflação. Eu me expus. Estamos cumprindo os nossos compromissos de campanha”, afirmou.
O prefeito também insinuou que as manifestações foram realizadas por quem não votou em sua candidatura. “Nós temos compromisso com a liberdade de expressão. Aqueles que perderam podem se manifestar”, disse, advertindo: “Os métodos não são aprovados pela sociedade. Essa liberdade está sendo usada em prejuízo da população”.
Questionado sobre quem está se manifestando, Haddad disse não saber, e foi genérico diante da insistência dos jornalistas. “São pessoas inconformadas com o Estado democrático de Direito”, justificou. “Não conheço as lideranças. Desconheço a origem.” (Ansa Brasil)