Conforme esperado, o presidente da Assembleia Legislativa (AL-BA), Marcelo Nilo (PDT), indeferiu o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretendia investigar o futebol baiano.
Sete governistas retiraram as assinaturas para instalação da CPI, ficando um número inferior às 21 necessárias para implantação do colegiado. A proposta era uma iniciativa do deputado estadual Uziel Bueno (PTN) e tinha o apoio de várias instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil – seção Bahia (OAB-BA) e o Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA).
Sob protestos e discussões, Marcelo Nilo afirmou que analisou, política e juridicamente, opiniões favoráveis e contrárias à instalação da CPI. Inicialmente a proposta seria votada na Mesa Diretora, mas durante recontagem das assinaturas, por volta das 17h30, foi contabilizada que somente 17 optaram pela instalação da Comissão, que precisava que 21 dos 25 deputados presentes votassem a favor.
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Segundo o presidente do PMDB na Bahia, deputado Lúcio Vieira Lima, a retirada das assinaturas ocorreu após deputados governistas perceberem que a instalação da CPI seria um ‘tiro no pé’. “Quando eles perceberam que a CPI seria mais ampla do que imaginavam e iria investigar possíveis irregularidades em Pituaçu e na Sudesb, se sentiram acuados, porque seria a ‘CPI do fim do mundo’. Logo os governistas viram que isso poderia atrapalhar algumas candidaturas e eles sairiam chamuscados. Seria um verdadeiro tiro no pé”, disse o peemedebista.
Visivelmente decepcionado, o autor da proposta, deputado Uziel Bueno, afirmou estar envergonhado e disse que nem nas piores Câmaras aconteceria isso. “Neste momento, me sinto envergonhado do parlamento baiano. Mesmo após terem se mostrado favoráveis à criação da CPI, sete deputados retiraram as assinaturas na frente de todos”, declarou, ressaltando que a decisão foi tomada após conversa entre deputados e os articulistas da base, os petistas Zé Neto e Rosemberg Pinto.
“Não sei o teor da conversa, mas tenho certeza que os deputados ficaram com medo e retiraram as assinaturas”, afirmou. (Tribuna da Bahia)