Em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, o prefeito Eduardo Paes disse nesta quarta-feira que os riscos do estádio do Engenhão se concentram na cobertura e que, pelo menos segundo as informações que recebeu, a estrutura da arena não apresenta risco de desabamento.
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A interdição, revelada com exclusividade na terça-feira pelo blog de Ancelmo Gois, foi decidida após o prefeito receber um relatório de uma empresa alemã contratada pelas empresas que concluíram a obra apontar risco de desabamento da cobertura do estádio.
– Fui informado sobre o risco da cobertura. Em princípio, não se falou em risco da estrutura do estádio, mas só vou receber o relatório detalhado hoje (quarta-feira) – disse o prefeito.
Sempre ressaltando que o estádio, inaugurado em 2007, não era obra de sua administração, Paes alegou que não interditou o Engenhão em 2010, quando um primeiro relatório listou problemas na obra, porque não havia indicação de risco.
– Prefeitos não têm obrigação de entender de cálculo estrutural, nós reagimos de acordo com as informações que recebemos. Se o relatório de 2010 dissesse que havia risco, eu teria interditado em 2010. Se apresenta um risco, não vou colocar as pessoas em risco. A decisão busca preservar a vida das pessoas. Não vou ficar quantificando risco, dizendo “tem 5% de risco”. Passou do aceitável, é um problema que precisa de solução.
Embora lembrando que o contrato isenta as empresas que concluíram a obra de responsabilidade por problemas de projeto, Paes disse que a prefeitura vai apurar de quem é a culpa pelo erro.
– A obra era polêmica desde o início. A construtora que fez o projeto (a Delta) abandonou a obra e o atual consórcio assumiu. A questão é o que o contrato, que, repito, não foi feito na minha administração, dizia que as novas empresas não eram responsáveis por erros de projeto. A responsabilidade passou para a prefeitura. Mas vamos apurar. Alguém vai ser responsabilizado.(O Globo)