REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Somente um ferryboat em tráfego. Filas imensas, reclamações, transtornos, agonia e muita aflição. Este tem sido o dia a dia de milhares de usuários que precisam fazer a travessia para a Ilha de Itaparica, desde a última quinta-feira, quando o sistema ferryboat, que já cambaleava operando apenas duas embarcações, passou a contar com apenas uma em tráfego.
Até 10 horas de fila. Uma vergonha! Quem diria, em plena Verão. Assim vão acabar chamando a TWB de volta. E o mais interessante: uma emissora de rádio de Salvador informou hoje que o interventor da Agerba, Bruno Amorim, garantiu que “Não existe fila para embarque”. Com apenas um navio em tráfego, e nenhuma fila. Uma mágica teria feito o interventor.
Só o “Rio Paraguaçu” está em operação – as outras três unidades que iperavam – os ferries “Anna Nery”, “Maria Bethânia” e “Ivete Sangalo” quebraram. E a previsão feita pelo secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, de que o navio “Pinheiro” voltaria a operar desde a última quinta-feira, mais uma vez falhou. Esse navio, que foi reformado na Base Naval de Aratu, ainda passa por serviços finais e a Agerba, que está respondendo pela operações do sistema, em conjunto com a Lumar, empresa terceirizada.
Sabe-se também que a Internacional Marítima, que assumirá o sistema após a intervenção, também está envolvida tanto com as operações como com a reforma dos navios na Base Naval de Aratu.
Os quatro ferries que estão sendo reformados na Base, deveriam voltar ao tráfego em 15 dezembro, segundo tinha garantido o secretário Otto Alencar. Mas nada aconteceu. O Carnaval está em cima e quando acabar o Carnaval, acabou o Verão na Bahia. E aí acaba a necessidade de o sistema ter sete navios em tráfego, porque a demanda despenca.
Passar um Verão inteiro com 3, 2 ou apenas uma embarcação em tráfego é o cúmulo e reflete a incapacidade de planejamento do governo. Não é preciso se ter muito conhecimento de engenharia naval para se afirmar que recuperar quatro navios sucateados em apenas dois meses como ”planejava” e divulgava o governo através do secretário Otto Alencar e de diretores da Agerba, seria um grande blefe. E foi o que aconteceu: o usuário foi totalmente enganado pelo governo que agora tenta minimizar a situação.
A Agerba, por exemplo, não faz mais previsão sobre o retorno da normalidade da situação de transporte no ferryboat. Em boletins inconsistentes e vagos, a agência de regulação diz agora que o ferry “Ivete Sangalo” não tem nenhuma previsão de voltar a navegar – o navio está com problema no eixo do sistema de propulsão e a peça já foi encomendada fora da Bahia.
Se a coisa continuar no mesmo ritmo, é possível que a quelauqer momento não haja nenhuma embarcação operando no sistema. Tudo é possível. Isto acontecendo, estaria sendo quebrado o recorde da TWB, que em diversas oportunidades chegou a ter apenas um navio servindo à população.
Uma lástima o que está acontecendo no ferryboat. É muita incompetência em um mesmo lugar para gerir um sistema simples, que sempre foi comandado por gente da Bahia, mas que entrou em parafuso desde que o ex-governador Paulo Souto resolveu entregá-lo ao sucateamento, promovido por empresas como o Comab, Kaimi e TWB.
E no futuro próximo, por outra empresa de fora, a Internacional Marítima. A essa empresa será entregue todos os navios reformados com um custo que vai ultrapassar os R$ 25 milhões. Tudo feito com o dinheiro do cidadão. Dinheiro que vai para o esgoto em muito pouco tempo. E o usuário do sistema continuará sendo sacrificado e obrigado a ouvir pilhérias, promessas de melhoria, pedido de desculpa e outras babaquices mais, dos governantes. Uma vergonha!.