CLÁUDIO HUMBERTO
O governo da presidenta Dilma Rousseff é o que menos desapropriou imóveis rurais para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos. Na primeira metade do mandato, 86 unidades foram destinadas a assentamentos. Segundo levantamento da Folha de SP, se comparado ao mesmo período das administrações anteriores desde o governo Sarney (1985-90), o número supera só o de Fernando Collor (1990-92), que desapropriou 28 imóveis em 30 meses.
A desapropriação por meio de decretos presidenciais é o meio clássico para obter terra para a reforma agrária. Além de áreas desapropriadas, o governo também pode assentar famílias em terrenos comprados ou em lotes vagos de projetos antigos.
O desempenho da gestão Dilma é considerado “uma vergonha” por Alexandre Conceição, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Para ele, o governo não faz reformas estruturais por ter um apoio heterogêneo. “O desempenho é pífio, e a tendência é que a situação não mude em 2013. Não vemos vontade política”, afirma Gerson Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). (Coluna de Cláudio Humberto)