O pastor evangélico Victor Hugo Queiroz, 52 anos, da Igreja Nova Vida, de Anápolis (GO), foi convidado pelo casal Carlos Augusto Ramos e Andressa para dar uma benção a eles no dia do casamento, no dia 28 de dezembro.
Porém, Victor Hugo, pastor há 25 anos – e que é amigo pessoal de Cachoeira há pelo menos 30 -, já tem comparecido à residência do contraventor há algum tempo, “pelo menos uma vez por semana”, para orar com ele e Andressa. Segundo o pastor, o contraventor está “mais próximo de Deus”.
“Não se pode julgar, não podemos julgar ninguém. Precisamos lembrar que Jesus disse que os sãos não precisam de médicos”, disse o pastor, por telefone, ao Terra. O pastor, que já foi vice-prefeito de Anápolis pelo PMDB, fundou a Igreja Nova Vida de Anápolis há 18 anos, e diz que vai à casa de Cachoeira sozinho ou em grupo para orar. “A Andressa começou a frequentar nossa igreja há uns três meses, mas, por causa de tudo que aconteceu, prefere que eu vá à casa”, disse Victor Hugo.
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O casal participou do culto de Ano-Novo da Igreja, em Anápolis, no último dia 31 de dezembro. Para o pastor, os problemas com a Justiça enfrentados por Cachoeira o fizeram se voltar para o lado espiritual. “Ele tem buscado isso. Sem dúvida ele está mais próximo de Deus. Na verdade, esta aproximação com a nossa fé foi feita quando ele estava preso em Brasília (no presídio da Papuda), por companheiros evangélicos que estão lá. Eles liam a Bíblia com ele”, contou o pastor.
Mas, segundo o pastor Victor Hugo, ainda é cedo para falar que Cachoeira está convertido. “Diria que ele está em processo de conversão. Nós não estamos tentando convertê-lo. Isso deverá ser uma decisão dele, de foro íntimo”, declarou Victor Hugo. De acordo com o pastor, o fato de Andressa ser evangélica tem influenciado o despertar espiritual do marido. “Ela foi responsável por isso, sem dúvida”, acredita.
Segundo o pastor, Cachoeira e Andressa viajaram para uma cidade do interior de São Paulo. Na casa do contraventor, a informação é de que o casal está mesmo fora, ainda em lua de mel.
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina.
O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão. (Mirelle Irene, do Terra)