A candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado tem sido alvo de protestos nas rede sociais. A mais recente manifestação contra a pretensão do senador alagoano partiu do grupo “Xô Corrupção!”, que reúne mais de 2.300 membros no Facebook.
O grupo lançou um manifesto no qual expressa “a mais veemente e profunda irresignação contra a ameaça de o Senado passar a ser presidido mais uma vez pelo senhor Renan Calheiros”. O “Xô Corrupção!” lembra o escândalo de corrupção que levou o senador a renunciar à presidência do Senado em 2007 e outros casos em que Calheiros esteve envolvido.
Além do manifesto, foi criado no Facebook a fan page “Xô, ReNão!” e o grupo “Xô, ReNão!”, que reúnem apoiadores do movimento.
Leia o manifesto:
“Aos partidos políticos representados no Congresso Nacional:
Os abaixo subscritos expressam a mais veemente e profunda irresignação contra a ameaça de o Senado, por inaceitável maquinação conduzida por sórdidos interesses, passar a ser presidido mais uma vez pelo senhor Renan Calheiros, a quem notoriamente faltam condições morais elementares – e consequentemente políticas – para o desempenho da missão.
Lembramos que o senador Renan Calheiros é protagonista de escabroso escândalo de corrupção em 2007, quando foi obrigado a renunciar ao mesmo cargo que agora, aliado a conhecidas forças que se movem à margem dos princípios morais e éticos requeridos pela cidadania, almeja reocupar. A renúncia foi o meio que escolheu para evitar a cassação e consequente perda dos direitos políticos.
O mencionado escândalo, que perdurou nos jornais por cerca de seis meses, até 11 de novembro de 2007, quando o senador renunciou, inclui comprovadas denúncias desencadeadas no rastro do pagamento regulamentar e constante de dinheiro, através da empreiteira Mendes Júnior, a uma pessoa com quem o senador tivera um filho fora do casamento: a jornalista Mônica Veloso.
Os fatos que afloraram na sequência dessa denúncia, formulada pela revista Veja, incluem a compra de emissoras de rádio em Alagoas em nome de laranjas; tráfico de influência relacionado à compra de uma fábrica de refrigerantes; uso sistemático de notas fiscais frias em nome de empresas fantasmas para comprovar rendimentos fictícios, procedentes de sua fazenda, que pudessem justificar gastos que extrapolavam os seus rendimentos; armação de um esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB; e a articulação de um esquema de espionagem contra senadores da oposição ao governo então presidido por Luís Inácio Lula da Silva”.