POLÍBIO BRAGA
Cada vez fica mais claro para quem transita pelos corredores do Ministério do Trabalho e adjacências que quem menos manda lá é o Ministro Brizola Neto, cuja autonomia na pasta que ocupa é tão verdadeira quanto o nome que usa. Seu nome verdadeiro é Carlos Daudt Brizola. O Brizola Neto verdadeiro é seu irmão, vereador no Rio de Janeiro. Brizola Neto não manda nada. Mas não tem do que reclamar. Sua condição e autonomia fazem parte da contratualidade estabelecida com Dilma. O acordo era simples. Um cargo pelo sobrenome. E nada mais.
Os verdadeiros manda-chuvas do MTE estão na cabeceira da Esplanada dos Ministérios, na antessala da “Presidenta” e até mesmo em uma confortável residência da zona sul de Porto Alegre. Estes mandam mesmo, e com porteira fechada.
O Ministério do Trabalho transformou-se em uma verdadeira joint-venture de Gilberto Carvalho, o todo poderoso ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, o geólogo gaúcho Giles Carriconde Azevedo, vulgo “Brizolinha”, velho companheiro de Dilma desde os tempos em que esta militava no PDT, hoje um onipresente chefe do gabinete pessoal da presidente da República, e o primeiro ex-marido, Carlos Araújo.
O trio Gilberto, Giles e Carlinhos (como Dilma chama carinhosamente o avô de Gabriel) dão as cartas, jogam de mão, mandam e desmandam, indicam nomes e loteiam cobiçados CCs entre si, mas tal liberdade e desenvoltura são apenas um meio para a exploração do grande negócio que é o Ministério, principalmente em suas relações com os sindicatos e centrais sindicais. Quem é do meio, sabe do que se está falando.
Enquanto isso o “ministro” Brizola Neto curte as praias cariocas. Qualquer um que se disponha a dar plantão no ministério vai perceber que o irmão de Juliana fica em Brasília, quando muito, um dia por semana. Menos do que quando era deputado federal. (Polibio Braga Online)