O discurso inflamado do presidente Mário Gobbi foi o pano de fundo da apresentação do novo patrocinador do Corinthians, nesta terça, no Pacaembu, no Museu do Futebol. Cartolas e representantes da Caixa Econômica Federal confirmaram a parceria de R$ 30 milhões por ano para estampar a marca do banco no peito e nas costas da camisa.
A Caixa vai pagar R$ 1 milhão ao clube até dezembro, quando levará sua marca ao Mundial de Clubes, e R$ 30 milhões até dezembro de 2013, quando acaba o contrato, renovável por mais uma temporada completa.
Será o maior patrocínio master da história do futebol do país –levou duas semanas para ser negociado e sete meses de espera.
Desde o fim do Estadual, o clube estampou patrocínios de ocasião e institucionais, o que provocou críticas de grupos do próprio Corinthians.
Gobbi desabafou contra aqueles a quem chamou de “maritacas”. “Trabalham muito pouco, ajudam quase nada e só querem os direitos deles”, disse o cartola.
E reagiu antes mesmo de ser instado a falar sobre uma possível interferência do ex-presidente Lula no acordo com o banco. “Essa parceria não tem pai nem mãe. Quem conseguiu foi o Corinthians. Não tem varinha mágica”, disse.
Além de fazer uma ode ao Corinthians, o presidente atacou veladamente seus críticos. “[O time] Representa 60% da audiência do futebol brasileiro, é o único clube que está na TV aberta toda semana e é o único clube que muda a grade da Rede Globo”, disse o mandatário.
Aos poucos, subiu o tom. “Vocês têm que pôr na cabeça que a camisa do Corinthians tem outro valor. Entenderam ou não a filosofia de trabalho do marketing? Não vou vender a camisa por um preço vil, por isso ficamos oito meses sem patrocínio.” (Lucas Reis/Folha de São Paulo)