O ministro Joaquim Barbosa já deverá ser o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) quando chegar o momento de proclamar o resultado do mais longo julgamento da história da Corte. Barbosa já considera provável que a análise da ação penal do mensalão só termine após a aposentadoria do ministro Ayres Britto, o atual presidente, o que ocorrerá em 16 de novembro.
Barbosa, então, assumiria a presidência da Corte na sessão seguinte, dia 19, uma segunda-feira. Mesmo na presidência do STF, ele deve continuar a relatar o processo do mensalão, e também a presidir as sessões no plenário.
Como há poucas chances de a dosimetria das penas ser concluída antes da aposentadoria de Ayres Britto, Barbosa deve presidir interinamente o STF em duas sessões do mensalão, nos dias 19 e 21, por ser o vice-presidente. No dia 22, assume a presidência da Corte e continua a relatar o processo e a comandar o plenário.
No entendimento de Ayres Britto, caberá ao plenário decidir se, após a aposentadoria, seus cálculos sobre as penas dos condenados serão levados em conta na dosimetria, atual fase do julgamento. Para ele, a questão é técnica e precisa ser decidida pelos colegas. O acúmulo da presidência e da relatoria nas mãos de Barbosa só não ocorreria se houvesse uma deliberação contrária do plenário, hipótese considerada pouco provável por alguns ministros.(Vinicius Sassine e Evandro Éboli/O Globo)