No dia 24 de setembro, o “GNT Fashion” dedica um episódio inteiro a Ney Matogrosso e seu legado criativo para a moda brasileira. Lilian Pacce acompanhou a abertura da exposição em homenagem aos 40 anos de carreira do artista. Com curadoria do carnavalesco Milton Cunha, “Cápsula do Tempo: identidade e ruptura no vestir de Ney Matogrosso” conta com aproximadamente 30 figurinos, selecionados dentre as 220 peças doadas por Ney para o Senac-SP. Após o evento, as roupas e acessórios ficaram disponíveis em um espaço permanente para pesquisas.
Durante o bate-papo com Lilian, Ney de Souza Pereira, mais conhecido como Ney Matogrosso, relembrou sua infância, o pai militar e a educação rígida que o impulsionaram, nos anos 70, à transgressão. Ele falou também sobre o início da carreira na banda Secos & Molhados, sua relação com a nudez e o uso do rosto pintado. “Descobri, quando pintei o rosto, que aquilo me dava um poder sobrehumano”.
Polêmico e contundente, Ney defendeu que “o mundo está mais careta hoje do que nos anos 70”. Ele fez comentários ainda sobre o movimento gay, sobre a androginia do seu visual e a influência que Carmem Miranda exerceu em seu trabalho e figurinos. “Nunca me travesti. Sempre gostei de ser do sexo masculino, mas não ser restrito a ele”, completou.