AGÊNCIA ANSA
Londres e Quito – O Equador estaria preparado para negociar com o Reino Unido o futuro do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada equatoriana em Londres. A informação foi passada por uma alta fonte diplomática ao jornal britânico The Guardian, que destacou que Quito “estaria disposto a negociar”.
“Em negociações com o Foreign Office (Chancelaria britânica), o Equador propôs que estaria preparado a aceitar uma oferta do Reino Unido e da Suécia, uma vez que Julian Assange não seja extraditado a um terceiro país, especificamente aos Estados Unidos. Essa pode ser uma saída e o Equador sempre disse que não quer interferir no processo judicial sueco”, disse o diplomata ao jornal.
Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde o mês de junho, após o Reino Unido ter aprovado sua extradição à Suécia. Nesse país, ele responde por estupro e crimes sociais.
O fundador do WikiLeaks, site responsável pelo vazamento de centenas de documentos sigilosos, teme, porém, que a Suécia o extradite aos Estados Unidos, onde é acusado de espionagem.
Na quinta-feira, o Equador anunciou a concessão de asilo político a Assange, mas o Reino Unido ameaçou prender o australiano se ele deixar as dependências da sede diplomática. Londres também negou um salvo-conduto para Assange se transferir a Quito e cogitou a possibilidade de invadir a embaixada para prendê-lo.
Diante disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, por 23 votos a favor e três contras, o pedido do Equador de convocar uma reunião de chanceleres para analisar a situação. A cúpula está agendada para o dia 24 de agosto.
O Equador também confirmou que haverá encontros de Ministros das Relações Exteriores da Alba e da Unasul ainda neste fim de semana.
O governo equatoriano criticou, no entanto, a ausência de representantes dos Estados Unidos e do Canadá nessas reuniões. “Não é importante a ameaça de um governo europeu contra um país sul-americano?”, questionou o chanceler Ricardo Patiño.