AGÊNCIA ANSA
Washington – Os Estados Unidos negaram hoje terem intenção de interferir no caso de Julian Assange, fundador do Wikileaks, a quem o governo equatoriano concedeu asilo político na manhã desta quinta-feira.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, evitou fazer comentários sobre a decisão e, perguntada sobre eventuais pressões sobre Londres para que Assange seja extraditado à Suécia para ser julgado por crimes sexuais, disse que não tinha “indícios de que esse seja o caso”.
A União Europeia, por sua vez, afirmou que não intervirá no caso. “É essencialmente uma questão bilateral entre Grã-Bretanha e Equador. Em todo caso, nossa delegação em Quito acompanha esta história de perto e está em contato com a Embaixada do Reino Unido”, disse um porta-voz da alta representante da UE para Política Exterior, Catherine Ashton.
Já os governos da Bolívia e do Equador defenderam o asilo e pediram que a medida seja respeitada. O chanceler uruguaio, Luis Almagro, assinalou que “a decisão do Equador não é prematura e obviamente a fundamentaram baseada no Direito”, acrescentando que assim também deve ser a postura britânica diante do caso.
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitiu um comunicado no qual declara que uma eventual intervenção britânica na embaixada de Quito em Londres seria “um ato hostil de violação inquestionável ao direito internacional” e um atentado à sua soberania.
A nota ainda pede a organismos “regionais e subregionais” que realizem consultas para “evitar ações deste tipo que se constituem em agressões inaceitáveis e que colocam em perigo a existência de um clima de paz”.