
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
A concessionária paulista TWB utilizou dois caminhões no final de semana para fazer uma ”inesperada” mudança nos escritórios de sua sede, no Terminal de São Joaquim. A operação aconteceu no sábado e no domingo, segundo garantiu um funcionário da empresa ao JORNAL DA MÍDIA nesta terça-feira (31).
Suspeita-se que o destino das caixas com toda a documentação da empresa referente sistema ferryboat tenham sido transportadas para uma filial que a companhia tem em Recife ou para sua sede em Guarujá (SP).
Outras informações que circulam entre os empregados da TWB indicam, porém, que o material seria incinerado em uma siderúrgica instalada na Região Metropolitana de Salvador. O servidor da concessionária que ligou hoje para o JM disse que o fato foi comunicado na segunda-feira (30) aos prepostos da Agerba que atuam em São Joaquim – a Agerba é responsável pela fiscalização da TWB.
A TWB tem um contrato de 25 anos com o Estado, assinado em março de 2006 no governo de Paulo Souto.
No Fundo do Poço – Informações que circulam nos meios políticos e na sede da Agerba no Centro Administrativo da Bahia apontam que a TWB estaria disposta a abandonar o sistema ferryboat a qualquer momento porque já recebeu um ultimato do governador Jaques Wagner, feito através da agência de regulação e da Seinfra, dando conta de que o Estado traria outra empresa para operar o sistema ferryboat.
O dono da TWB, Pinto dos Santos, caiu em desgraça com o governo ao ponto de não ser recebido mais pelo diretor da Agerba, Eduardo Pessoa, e pelo secretário Otto Alencar. Ninguém acreditava mais em suas promessas de ”melhorar…melhorar” e nada acontecer.
O governo teria enfim chegado à conclusão de que a TWB não tem capacidade ou não quer investir nada na melhoria do ferryboat. A incapacidade não seria só financeira, mas também gerencial, que mergulhou o sistema numa crise sem precedentes desde o início do governo Wagner, em 2007.
Com respaldo de uma auditoria da Fipecafi, a Agerba passou a cobrar investimentos da TWB, apertou a fiscalização e a empresa chiou. Portanto, não será surpresa se a qualquer momento a TWB vier a abandonar tudo sem nada comunicar ao governo, que terá muito trabalho para recuperar os navios, totalmente sucateados e navegando sem oferecer segurança a milhares de pessoas.
A verdade é que além de infernizar a vida dos usuários com um serviço de baixíssima qualidade, a TWB conseguiu prejudicar ainda mais a imagem do governo Wagner junto, principalmente, aos moradores da Ilha de Itaparica. Em repetidos protestos de usuários nos terminais de São Joaquim e Bom Despacho, o governador sempre é ”homenageado” com xingamentos, bozinaçoes, etc.
O governo já tem uma empresa para o lugar da TWB. Se confirmada a informação de que a concessionária paulista do empresário Pinto dos Santos está antecipando a mudança é porque sabe que a decisão governamental agora é para valer. A não ser, é claro, que a empresa paulista esteja preparando uma surpresa, que poderia desagradar a muita gente que tanto ela ajudou. Existem pessoas, dizem, que não dormem direito só em pensar nos arquivos da TWB. Se foram queimados, tudo bem. Mas se não foram…Bem, aí só a polícia poderia resolver.