AGÊNCIA ANSA
Vicenza (Itália) – O progressivo desmatamento da Amazônia está ameaçando a sobrevivência de um número crescente de espécies e o processo está apenas no início, segundo aponta uma pesquisa publicada na revista Science, que foi coordenada por Oliver Wearn, da Sociedade Zoológica de Londres.
O estudo fornece um modelo matemático baseado nas espécies extintas da floresta brasileira a partir de 1970 e sua relação com o desmatamento da Amazônia. Com este modelo, os pesquisadores conseguem prever com que velocidade as espécies serão eliminadas da natureza.
A pesquisa tem permitido a reconstrução do padrão de extinção. Dessa forma, os estudiosos pretendem saber qual o destino das espécies até 2050, em quatro cenários diferentes.
No pior deles, se a floresta continuar sendo destruída no ritmo da última década, até 2050 10,3% das espécies iriam desaparecer enquanto outras 26,9% estariam ameaçadas de extinção. Caso o desmatamento fosse interrompido por completo, o número de extinções cairia para 4,4% e as espécies ameaçadas seriam apenas 4,9%.
Os resultados do estudo também revelam que ao longo das últimas quatro décadas cerca de 6% das espécies de aves, anfíbios e mamíferos da Amazônia teriam que ter sido extintos, mas que na realidade o número chegou só a 1%. Isso aconteceu por causa da chamada “dívida de extinção”, que pode ser entendida pelo tempo que demora para que uma espécie desapareça por completo (e que pode chegar a algumas gerações), após a destruição de seu habitat.
Os pesquisadores identificaram que a Amazônia está acumulando rapidamente uma “dívida de extinção” e que, mais de 80% das extinções de vertebrados nativos, ainda não foram consolidadas.