Fernando César Oliveira
Agência Brasil
Curitiba – Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em greve desde o último dia 18 de junho, distribuíram nesta quarta-feira (4) cerca de 800 quilos de alimentos orgânicos à população no centro de Curitiba.
A distribuição gratuita foi uma forma de protesto encontrada pela categoria para chamar a atenção da sociedade para suas reivindicações. Os trabalhadores também distribuíram panfletos a respeito das atribuições do Incra e conversaram com pedestres que passavam pelo calçadão da Rua XV de Novembro.
Entre os alimentos distribuídos, estavam abóbora, repolho, mandioca e laranja, todos produzidos pelo assentamento Contestado, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado na Lapa, região metropolitana de Curitiba. Uma parte da comida foi subsidiada pelos grevistas e outra doada pelo assentamento.
“Queremos mostrar à população a importância do trabalho do Incra para a agricultura familiar, responsável por 70% da comida consumida pelos brasileiros”, afirmou à Agência Brasil o servidor João Wagner Gomes da Silva, dirigente da Associação dos Servidores do Incra no Paraná (Assincra-PR).
Segundo a associação, a greve já atinge 27 das 30 superintendências do Incra espalhadas pelo país. Apenas as unidades de Santa Catarina, Alagoas e Roraima não teriam aderido à paralisação. No Paraná, a adesão ao movimento é de 60% dos servidores, segundo a Assincra-PR.
“O apoio do Incra tem sido fundamental nesses treze anos do nosso assentamento, [por essa razão] concordamos que os servidores precisam ser melhor remunerados”, avalia Paulo César Rodrigues Brizola, integrante da coordenação do assentamento Contestado, que se dedica ao cultivo orgânico. “Somos 108 famílias e a nossa produção é totalmente realizada sem agrotóxicos.”
No próximo dia 16, a categoria irá promover um acampamento em frente ao edifício do Ministério do Planejamento, em Brasília. “Vamos exigir que o governo federal abra as negociações”, disse o diretor da Assincra-PR.