Uma gravação feita pela Polícia Federal reforça as suspeitas de que a casa do governador Marconi Perillo em Goiânia teria sido comprada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Na conversa gravada com autorização judicial em 5 de maio do ano passado, às 11h12, Cachoeira diz para a namorada dele, Andressa Mendonça, que mandou rasgar o contrato que ia sair em seu nome para não dar problema.
Cachoeira disse ainda que fariam o negócio de outra maneira, usando o nome de Deca, André Teixeira Jorge, considerado pela PF como laranja do bicheiro _ o nome dele aparece em vários saques feitos na conta da Alberto & Pantoja, uma empresa que faria parte do esquema do grupo do bicheiro. O contrato de venda da casa de Marconi acabou sendo assinado com o empresário Walter Paulo. Cachoeira foi preso na casa durante a Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro deste ano.
Na conversa, Andressa questiona o namorado se o ex-cunhado dele, Adriano Aprígio, sabia da compra da casa.
— Deixa eu te perguntar: o Adriano, seu cunhado, sabe da casa?
E Cachoeira responde:
_ Uai, deve saber, uai. Ele pediu…a irmã deve ter falado _ diz o contraventor, em referência à ex-mulher dele Adriana Aprígio.
— Não, a irmã deve ter falado não. Ele dá detalhes aqui no seu email sobre o pagamento e o documento _ informa Andressa.
— Não, é porque eu mandei tirar… Depois eu te explico pessoalmente. Não quero meu nome não, por causa dos depósitos que foram feitos, entendeu? Eu tinha botado meu nome. E aí saiu de uma conta, e eu pedi para passar no nome do Deca, da empresa. (Chico de Góis, O Globo)