O apresentador Raimundo Varela reafirmou hoje em seu programa Balanço Geral, na Record, que o governador Jaques Wagner lhe garantiu que não suporta mais a TWB.
– O governador disse aqui que a empresa (TWB) vai sair e que não suporta mais a situação do sistema ferryboat.
O comentário de Varela (confira o vídeo no final da matéria) foi feito a propósito de uma matéria de hoje do jornal A Tarde sobre a situação vexatória do ferryboat.
Pelas declaracões do secretário Otto Alencar (Infraestrutura) e do diretor da Agerba, Eduardo Pessoa, a leve impressão que fica é que o primeiro quer empurrar a crise com a barriga e que o segundo parecer querer resolver de uma vez.
Sem querer entrar em muito detalhe, o conteúdo deixa um pouco a desejar. A Agerba garante que o problema agora é da PGE, que vai decidir sobre o rumo da TWB com base em um relatório da consultoria Fipecafi. O documento recomenda investimento imediato de R$ 36,7 milhões no ferryboat.
A TWB já disse que não desembolsa um centavo sequer. O secretário Otto Alencar minimiza e escorrega quando fala no rompimento do contrato de 25 anos, apesar de o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, ter admitido que a possibilidade de a TWB ir para o espaço é concreta.
Nesse jogo de empurra aparece a Comab, outra coisa horrível que veio lá de São Paulo, como a TWB, encheu os cofres de dinheiro, foi acusada de lavagem de dinheiro inclusive em processo no Ministério Público (vamos mostrar esse vídeo em breve) pelo aluguel do ferry “Baía de Todos os Santos” e do catamarã “Morro de São Paulo”. Pois é, a Comab cobra agora R$ 180 milhões do Estado pelo rompimento do seu contrato. Não se esqueçam: a Comab chegou primeiro, a Kaimi em seguida e a TWB já tem sete anos na Bahia. Cinco com Wagner no governo.
E cadê a memória para relembrar aqueles fatos que geraram tanta polêmica? Por que não se pesquisar?
Parece que a TWB e a Comab combinaram. Jogada ensaiada, manjada. Tudo para pressionar o governo e meter um pouco de medo. Um parêntese aqui: alguém sugeriu essa pauta ao JORNAL DA MÍDIA. Recusamos.
No meio de tudo isso, onde fica a matéria de A Tarde? Por que não retratou o caos total em que o sistema ferryboat foi transformado depois que a Comab e a TWB passaram a explorar o sistema ferryboat? Por que não lembrou do sucateamento da frota ocorrido nos últimos sete anos? Afinal, foi A Tarde que acusou a TWB de ter depenado os navios “Mont Serrat” e “Gal Costa”. Os arquivos estão aí para comprovar.
E quem vai pagar o prejuízo causado pelo absurdo sucateamento das embarcações? É o governo? Com dinheiro público?
Será que o problema do sistema ferryboat é só mesmo contratual ou é muito mais de falta de gerenciamento, de incompetência administrativa, de descaso com o patrimônio, de descompromisso com a Bahia?
Essas coisas assim produzidinhas passam a impressão de missa encomendada. Será que não foi?