Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um tanque de guerra em tamanho real, carregando pães no lugar de armas, subiu hoje (19) a comunidade de Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. O ato, denominado de Apelo para a Rio+20: Desarmamento para o Desenvolvimento Sustentável, tem o objetivo de chamar a atenção, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, para o redirecionamento dos gastos militares ao financiamento do desenvolvimento sustentável.
O tanque, que circulará no Rio de Janeiro de hoje até sexta-feira, apresenta no seu interior um jardim, símbolo de como os recursos que financiam a indústria militar poderiam ser usados no combate à fome e à pobreza. A organização não governamental (ONG) Viva Rio e institutos internacionais apoiam a iniciativa.
De acordo com um levantamento do Banco Mundial, menos de 5% dos investimentos militares globais, que somam cerca de US$ 1,7 trilhão por ano, seriam suficientes para cumprir os objetivos do planeta definidos na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio92, há 20 anos.
Durante o ato, a Viva Rio aproveitou para disseminar a Campanha Nacional de Desarmamento e incentivar as pessoas a entregarem suas armas de fogo.
O coordenador da campanha do desarmamento no Rio de Janeiro, Luis Carlos Silveira, explicou que, desde o lançamento da campanha nacional, em maio do ano passado, até hoje, o estado recolheu cerca de 2.400 armas. No país, já foram recolhidas 55 mil armas ao todo.
Segundo ele, na campanha realizada em 2004, o Brasil recolheu cerca de 550 mil e, no Rio, aproximadamente 15 mil armas foram retiradas de circulação. “Toda vez que uma arma sai de circulação, no mínimo são 10 pessoas que vão deixar de ser mortas ou assaltadas. Então, 70% dessas armas na mão da sociedade civil começam legais e entram para a ilegalidade e vão parar nas mãos de criminosos”.