LUÍS AUGUSTO GOMES
Segurança, educação, saúde. Não é preciso muito esforço para constatar que estas são prioridades prometidas por qualquer candidato ou governante. No entanto, como se pode ver pelo caso baiano, o trinômio não está sendo devidamente contemplado.
Greves marcantes na Polícia Militar e na rede de ensino, com profundas e irremediáveis consequências, mostram um quadro que não poderia estar no roteiro de um governo que foi eleito deplorando o poder vigente há décadas, como autêntico – endossamos nós – subproduto da ditadura militar.
Se era mesmo prioridade a educação – e é, sim, ainda que alguns dos seus adoradores no íntimo façam pouco caso –, por que não dirigir o máximo possível de empenho e dinheiro para construir no Estado este que é o único e insubstituível caminho para o futuro?
Ter a juventude realmente preparada é uma condição que demandará gerações até ser alcançada plenamente, e daí em diante, com democracia de verdade, a cidade, o Estado, o país caminharão sozinhos. Mas não sem que se inicie essa trajetória.
Da segurança, não é preciso falar muito. Quando se torna um clamor popular, é porque tudo mais está dando errado. Segurança é o resultado de uma sociedade ancorada em princípios sólidos. Não pode ser arrancada a ferro.
Resta a saúde. Esquecendo a permanente carência de uma rede subdimensionada em estrutura e profissionais, além de desprovida de técnicas mais avançadas, o que se vê são discretos movimentos nos quadro de servidores que poderão, em tempo não muito distante, levar à falta até desses parcos meios. (Por Escrito)