O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, deflagrou uma operação para preparar o terreno do seu depoimento à CPI do Cachoeira, marcado para a próxima terça-feira (12). Perillo tem agido em duas frentes: uma fora do partido, na mira dos parlamentares da comissão; e outra dentro do seu partido, o PSDB, que tem tentado defendê-lo publicamente.
Perillo quer evitar constrangimentos na comissão e, nas palavras de um correligionário, tentar “virar a página” das acusações de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O primeiro movimento foi feito pelo suplente de Perillo, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), nesta quarta pela manhã durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Falando em nome do governador, Miranda disse ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) que Perillo gostaria de conversar com ele antes de ir à CPI.
O governador, disse o suplente, queria apresentar sua defesa possivelmente no domingo ou na segunda-feira, véspera do depoimento.
Randolfe, porém, sugeriu que a conversa seja realizada na presença de um grupo de parlamentares tidos como independentes: o senador Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Rubens Bueno (PPS-PR), líder de seu partido na Câmara.
O senador do PSOL, que até o final da tarde não havia consultado os colegas sobre a proposta, ficou de dar uma resposta a Miranda. “Se a intenção é de amolecer meu coração, não surtirá efeito. A mesma coisa que eu perguntar para ele separadamente, vou perguntar publicamente”, afirmou Randolfe à Agência Estado. O parlamentar disse que será difícil compatibilizar as agendas de todos com a de Perillo.(Ricardo Brito, Estadao.com.br)