Salvador – A Agerba (Agência de Regulação da Bahia) não realizou a audiência pública, na Ilha de Itaparica, para discutir com a comunidade local o contrato da TWB e o relatório de auditoria que a Fipecafi fez na empresa paulista e que apontou uma série de irregularidades praticadas pela concessionária na gestão e operação do sistema ferryboat. A audiência na Ilha tinha sido anunciada pelo diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, durante o evento de Salvador no último dia 21 de maio.
A realização do evento, oficialmente, foi divulgada no site oficial da Agerba. A diretoria da agência não deu qualquer justificativa nem explicação para a comunidade da Ilha de Itaparica, causando revolta aos moradores. O relatório da Fipecafi sobre a auditoria feita na TWB apontou que a empresa terá que fazer investimentos de R$ 64 milhões e um aporte de capital da ordem de R$ 36 milhões em 30 dias. Já se passaram mais de 15 dias e a agência não falou mais sobre o assunto.
O aporte de R$ 36 milhões está atralelado, conforme o relatório, a um reajuste de 5,11% para as tarifas da TWB, previsto para ser praticado neste mês de junho. A comunidade da Ilha de Itaparica suspeita que, mesmo sem atender o que exige a Agerba, a concessionária seja contemplada com o aumento.
“A não realização da audiência na Ilha é mais uma prova de que a Agerba não leva a sério os interesses da nossa comunidade. É uma falta de compromisso para com os usuários que sofrem diariamente com os péssimos serviços da TWB, de conhecimento público, mas que o governo da Bahia insiste em empurrar com a barriga. Tudo isso só faz com que cresçam as suspeitas de que o governo, através da Agerba, não cumpre o seu papel de agente fiscalizador, preferindo sempre negligenciar e proteger a TWB”, diz Carlos Henrique em e-mail ao JORNAL DA MÍDIA.
A presidente da Associação Comercial de Vera Cruz, Lenise Ferreira, lembrou:
”Diante de todos os que estavam presentes à audiência pública realizada no auditório da Agerba, o diretor-executivo da autarquia, Eduardo Pessoa, comprometeu-se em realizar a audiência em Itaparica e, quando cobrado se a promessa era para valer, ele afirmou: “Basta minha palavra, que é de fé pública”. Depois disso, nenhuma satisfação ao povo sobre a data em que deverá ocorrer a audiência pública ou se esta irá realmente ocorrer”.
Lenise Ferreira se diz receosa que seja permitido o aumento da tarifa para a TWB sem que os serviços do sistema ferryboat sejam realinhados e se tornem eficientes. “Não vamos permitir que tudo permaneça da maneira que está, o que demonstrará uma profunda falta de respeito para com os usuários e com toda a população”, sustentou a empresária, acrescentando que registrou a reclamação na ouvidoria da Agerba cobrando a realização da audiência.