A direção da Polícia Federal e a cúpula do Ministério Público entraram em choque. Em meio a versões divergentes sobre os motivos que levaram o procurador-geral da República Roberto Gurgel a engavetar o inquérito da Operação Vegas em 2009, declarações da subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher de Gurgel, acirraram ainda mais os ânimos.
Segundo ela, o caso só não foi arquivado na época porque a PF pediu. Na ocasião, os delegados acreditavam ter provas da ligação entre o senador Demóstenes Torres com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mas o MPF discordou.
Neste domingo, a assessoria da Procuradoria Geral da República confirmou que, numa reunião em 2009 com o delegado Raul Alexandre, Cláudia Sampaio teria dito que iria arquivar o caso.
Só não o fez porque o delegado Raul Alexandre (foto acima), coordenador da investigação, teria pedido para que ela esperasse um pouco porque o arquivamento poderia atrapalhar outra investigação em curso.
Diante das declarações da subprocuradora publicadas no jornal “Folha de S. Paulo”, a direção da Polícia Federal contestou a informação e endossou o que o delegado já tinha dito à CPI do Cachoeira, na terça-feira.
— O delegado não fez pedido algum à procuradora — afirmou um dos dirigentes da instituição. (Jaílton de Carvalho, O Globo)